Startup reforma casas na periferia de SP com até 5 mil reais

Startup. Ô palavra que não para de aparecer por aí. “Meu amigo tem uma startup”, “Vou abrir uma startup”, “Conheci uma startup de tal coisa”… com certeza você já ouviu uma dessas frases, né?

O conceito de startup é bastante simples: uma pessoa tem uma ideia, acredita que ela pode dar dinheiro e monta uma empresa para torná-la realidade. Porém, é na hora da prática que fica mais complicado: o cenário de atuação é incerto, então, são necessários investidores, parceiros, pessoal e muito esforço e união para que uma startup dê certo.

Existem startups de todas as áreas imagináveis – reciclagem, culinária, serviços domésticos, arquitetura. O bim.bon faz parte desse universo, e sabendo da realidade desses empreendimentos tão corajosos e impactantes, adoramos conhecer mais empresas como nós.

 

 

Uma delas é o Programa Vivenda, startup criada para realizar reformas de baixo custo, alta eficiência e rapidez para populações menos favorecidas. Continue acompanhando e conheça esse projeto que já melhorou a vida de centenas de pessoas:

Quem teve a idéia?

Fernando Assad, Marcelo Coelho e Igiano Souza

Fernando Assad, Marcelo Coelho e Igiano Souza no Jardim Ibirapuera, onde funciona o primeiro escritório da Vivenda. Foto: Isabela Mena / Draft.
 

No Brasil, mais de 12 milhões de moradias populares apresentam problemas construtivos. Seja por falta de ventilação, projetos elétricos e hidráulicos mal feitos ou excesso de umidade, vários brasileiros têm sua saúde e bem estar colocados em risco dentro de suas próprias casas.

Além disso, as pessoas que vivem nessas condições nem sempre têm poder aquisitivo para realizar uma reforma mais complexa. Assim, recorrem a profissionais não tão qualificados, que podem fazer o serviço de qualquer jeito – ou nem terminá-lo – e o barato acaba saindo mais caro.

Diante dessa realidade, o administrador de empresas Fernando Assad, o historiador Marcelo Coelho e o arquiteto Igiano Souza criaram o Programa Vivenda.

Eles se conheceram em 2009 quando a empresa de Fernando, a Giral, contratou a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), na qual Marcelo e Igiano trabalhavam,  para realizar um projeto de pós-urbanização de uma favela.

A partir daí, os três trabalharam juntos em mais projetos e começaram a pensar no que seria o Vivenda, e a Academia ajudou muito no processo – já com a ideia de criar um negócio social (não sabe o que é isso? Daqui a pouco a gente explica), Fernando foi fazer mestrado na FEA (Faculdade de Economia e Administração da USP) e utilizou sua dissertação para avançar no projeto.

 

divulgação do vivenda

Divulgação da Vivenda em uma feira de rua no Jardim Ibirapuera, em São Paulo. Foto: Isabela Mena / Draft.

Com uma metodologia participativa de estudos, a tese do Vivenda progrediu e, em 2013, o programa começou a se estabelecer como empresa quando foi selecionado para ser acelerado pela Artemisia, sua parceira e mentora.

Depois de acelerados, o trio se viu sem investidores. Com isso, buscaram fontes alternativas para arrecadar dinheiro, como doações de empresas e empréstimos no banco.

Assim, o Programa Vivenda começou a funcionar em 2014, e com menos de dois anos já reformou mais de 176 casas no Jardim Ibirapuera, periferia da Zona Sul de São Paulo, onde fica seu primeiro escritório.

Como funciona?

antes e depois banheiro reformado programa vivenda

Exemplo “antes-e-depois” de uma reforma de banheiro, um dos produtos oferecidos pela Vivenda.  Foto: reprodução.

O Programa Vivenda funciona no modelo de negócio social, ou seja, é uma empresa que tem foco em ajudar pessoas e causas (o chamado “impacto social”), mas que também visa o lucro, ainda que pequeno.

Se você ficou confuso, aqui vai um resumão para entender um negócio social:

1. Existe um problema social;
2. Existe uma ideia que pode resolvê-lo:
3. Além do impacto social, essa ideia gera lucro. 

Segundo Fernando, o motivo para a escolha do modelo é a alta demanda:

“Temos que atender 16 milhões de casas e não dá para fazer isso apenas com doações. Sempre quisemos oferecer uma solução escalável, que tivesse abrangência nacional, por isso somos um negócio social.”

Dessa forma, além dos investimentos iniciais, o Vivenda também criou uma campanha de financiamento coletivo, a qual ainda está captando recursos, e busca operar em escala para atingir de maneira mais rápida seu objetivo de resolver o problema de inadequação das moradias populares e ajudar as pessoas a deixarem seu cantinho mais seguro e confortável.

Kits

kits

Uma solução prática de operação do Vivenda foi a divisão do seu produto em kits, cada um com serviços específicos para um cômodo da casa. Quem contrata o programa tem a opção de escolher entre um deles ou até mesmo todos.

Assim, os preços variam de R$ 900 a R$ 5 mil, e os clientes podem pagar em até 12 vezes sem juros para receberem sua casa ou cômodo reformados em até 6 dias.

Como vai o Vivenda?

 
prêmio empreendedor social de futuro 2015
Fernando Assad recebe Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2015 pelo Programa Vivenda. Foto: Folhapress.
 

Depois de já ter transformado a vida de várias pessoas na periferia de São Paulo, o Vivenda caminha muito bem. O fundador Fernando recebeu o prêmio de Empreendedor Social de Futuro 2015 pelo programa.

Além do prêmio, que é organizado pela Folha de S. Paulo, o Vivenda também já foi comentado por diversas plataformas importantes e, também em 2015, foi reconhecido pela ONU no PNUD Brasil (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) pela “iniciativa de desenvolver uma solução de negócio capaz de responder a desafios sociais e ambientais do país.”

reconhecimento do programa vivenda pela onu

Reconhecimento do Programa Vivenda pelo PNUD Brasil. Reprodução: Facebook.
Com números e títulos impressionantes para uma empresa tão nova, Fernando, Marcelo e Igiano seguem fechando parcerias para que o programa evolua ainda mais.

A mais recente delas foi feita para que ele se torne um modelo de escritório dentro de lojas de material de construção dos locais onde atende. A proposta é que, ao ir à loja comprar os materiais, o morador já saia de lá com uma reforma completa. Com isso, a ideia é que o modelo do Vivenda se espalhe como franquia social por outras comunidades para ajudar cada vez mais pessoas.

As informações com relação aos parceiros e os valores fechados não chegaram a ser reveladas, mas o que importa é que a ideia está crescendo e ainda podemos esperar grandes ações do projeto.

***
Com BimB-on, Projeto Draft e Projeto Vivenda.

 

Tags

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on pinterest
Share on linkedin
Share on email
No data was found

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Categorias

Cadastre-se e receba nossa newsletter com notícias sobre o mundo das cidades e as cidades do mundo.

O São Paulo São é uma plataforma multimídia dedicada a promover a conexão dos moradores de São Paulo com a cidade, e estimular o envolvimento e a ação dos cidadãos com as questões urbanas que impactam o dia a dia de todos.