Transformar São Paulo é assunto de mãe

No Dia das Mães de 2013, primeiro ano da atual gestão da Prefeitura de São Paulo, convidamos mães a irem ao Vale do Anhangabaú para participarem do diálogo “Ser Mãe em São Paulo” e trocarem experiências sobre a maternidade no dia a dia da cidade.
 
Os múltiplos olhares -de mães em situação de rua, mães de filho com deficiência, mães imigrantes, mães empresárias, cineastas, jornalistas, professoras, servidoras públicas- trouxeram propostas e ideias, com a marca sensível da diversidade, para a melhoria da qualidade de vida em nossa cidade.
 
Compartilhamos ali fortes emoções e a vontade de que esses afetos pudessem contagiar mais paulistanos e se propagar por nossa cidade.
 
“Se milhares de Alices como a minha mãe tivessem aprendido a ler, a escrever, nós teríamos hoje no Brasil muito mais Clarices, Cecilias, Adélias, Pagus, Nélidas e Lígias, seríamos um país com mais justiça e mais autonomia”, disse a escritora Simone Paulino.
 
“O que é decidir ser mãe e ser artista sem abrir mão de nenhuma das coisas? Como seria importante para uma mãe contar com escola integral, com transporte público (…) O transporte na madrugada, pensando nos jovens (…). As pessoas precisam sair, precisam se divertir”, comentou a cineasta Tata Amaral.
 
Foi significativo voltar a esses e outros depoimentos, três anos depois, ao fazer o balanço que será publicado no livro “São Paulo Carinhosa: O que Grandes Cidades e Políticas Intersetoriais Podem Fazer pela Primeira Infância”. Podemos afirmar que o compromisso público foi transformado em ação governamental, beneficiando milhares de pessoas.
 
Entre 2013 e 2016, a educação infantil em São Paulo aumentou em 90.455 o número de matrículas gratuitas. Foram construídas 370 creches, maior expansão já registrada: 491.780 crianças têm matrículas garantidas na rede municipal.
 
Os programas de educação integral (São Paulo Integral) e de extensão de jornada (Mais Educação Federal) estão em 382 escolas.
 
Avançamos na qualidade da alimentação escolar, ampliando de 1% para 22% o percentual de aquisição de produtos da agricultura familiar, entre 2013 e 2015, e reduzindo o teor de açúcar, gordura trans, conservantes e sódio.
 
A educação alimentar como parte do projeto pedagógico foi introduzida por meio de diversas ações, com destaque para o Prêmio Educação Além do Prato e o programa Na Mesma Mesa.
 
Ampliamos a rede de proteção às mulheres vítimas da violência, que agora conta com quatro centros de referência na cidade. Mais de 250 mil pontos de iluminação pública foram remodelados, substituindo lâmpadas de vapor de mercúrio por LED, e quase 50 mil novos foram criados em locais onde não existia luz.
 
São Paulo caiu 51 posições no TomTom Trafic Index, o mais importante ranking mundial sobre congestionamentos. Dentre as 295 metrópoles de 38 países analisadas, saltou da sétima cidade mais congestionada do mundo, em 2013, para a 58ª, em 2015.
 
O trânsito da cidade ficou menos perigoso: estudo produzido pela CET apontou queda de 20,6% no número de mortes em acidentes de carro em 2015. Numa cidade mais móvel, o cuidado com as pessoas ganha qualidade e segurança.
 
Na saúde, destaca-se a sanção da lei que protege a amamentação em espaços públicos, a ampliação das Casas de Parto e do número de leitos para parto humanizado nos hospitais. A publicidade infantil terá atenção no novo Procon Paulistano, tratando do desestímulo à propaganda enganosa e abusiva e do fomento a campanhas de educação.
 
Priorizar o bem comum, o coletivo, o lugar do individual e do privado, cuidar de quem cuida, reduzir desigualdades, tudo isso nos move a participar da construção da política pública na cidade brasileira mais influente no cenário global.
 
Como bem disse Mário de Andrade: “Abandonei, traição consciente, a ficção em favor de um homem de estudo que fundamentalmente não sou. Mas é que eu decidira impregnar tudo quanto fazia de um valor utilitário, um valor prático de vida, que fosse alguma coisa mais terrestre que ficção, prazer estético, a beleza divina”.

***
Ana Estela Haddad, primeira-dama do município de São Paulo, é coordenadora da São Paulo Carinhosa, política municipal de desenvolvimento integral da primeira infância. *Artigo publicado originalmente na Folha de São Paulo.

 
 

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