El Amparo é baseado em caso verídico. Em 1988, um grupo de pescadores é confundido com guerrilheiros e quase exterminado pelo exército. Dois sobreviventes negam a versão do governo e enfrentam as consequências. Um bom thriller político sul-americano, de ótima fatura cinematográfica.
Já os brasileiros premiados foram Era o Hotel Cambridge, de Lili Caffé (ficção) e Martírio, de Vincent Carelli (documentário). Quer dizer: cinema político em alta. Mas não ganharam pelos temas escolhidos (luta pela moradia em um, denúncia de genocídio indígena em outro), mas sim porque são também belas realizações cinematográficas. (Vamos parar de dizer essas bobagens de que “tal filme venceu pelo tema”, quando não gostamos do resultado. Fosse assim, qualquer um pegava A Montanha Mágica, de Thomas Mann, adaptava e ganhava a Palma de Ouro em Cannes.)
A premiação completa segue embaixo. Hoje já começa a repescagem. Quer dizer, tem mais filme para ver e tentar assistir ao que se perdeu ao longo da Mostra.
Prêmio do Júri Internacional
Após serem exibidos na 40ª Mostra, os filmes da seção Competição Novos Diretores mais votados pelo público foram submetidos ao Júri Internacional, que escolheu os vencedores do Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake), nas categorias melhor filme de ficção, Menção Honrosa para duas atrizes e Prêmio Abbas Kiarostami, criado pelo júri para laurear um filme iraniano.
Os filmes premiados pelo júri internacional
Melhor Filme
El Amparo, de Rober Calzadilla.
Menção honrosa do júri
Atriz – Mirjana Karanovic, por A Boa Eposa.
Atriz – Lene Cecilia Spark, por Sámi Blood.
Prêmio Abbas Kiarostami
Maat, de Saba Kezemi.
Prêmio do público
Melhor filme de ficção internacional
The Handmaiden, de Park Chan-wook.
Melhor documentário internacional
Gurumbé – Canciones de tu memoria negra, de Miguel Ángel Rosales.
Gaga – O amor pela dança, de Tomer Heymann.
Melhor filme brasileiro de ficção
Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffè.
Melhor documentário brasileiro
Martírio, de Vincent Carelli.
Prêmio da Crítica
Melhor filme internacional
Depois da Tempestade, de Hirokazu Koreeda.
Melhor filme brasileiro
Pitanga, de Beto Brant, Camila Pitanga.
Prêmio da Associação Brasileira de Roteiristas e Autores
Melhor roteiro da competição Novos Diretores
El Amparo, de Rober Calzadilla.
Prêmio Humanidade
Andrzej Wajda
O Prêmio Humanidade da 40ª. Mostra, que o evento outorga todo ano a um diretor cuja obra reflete questões humanísticas, foi homenagem póstuma ao cineasta Andrzej Wajda, que ganhou uma retrospectiva especial, dentro do Foco Polônia. O prêmio foi entregue ao crítico polonês Tadeusz Lubelski, que levou o troféu para a Escola Wajda.
Marco Bellocchio
Nesta 40ª Mostra, Marco Bellocchio foi homenageado pelo evento com o Prêmio Leon Cakoff e a apresentação do longa BELOS SONHOS, além de uma retrospectiva de 11 títulos do diretor.
William Friedkin
O diretor americano William Friedkin, também foi homenageado com o prêmio Leon Cakoff e a exibição de sete títulos, incluindo “O EXORCISTA” e “OPERAÇÃO FRANÇA”, longa que completa 45 anos em 2016.
Antonio Pitanga
O ator Antonio Pitanga também ganhou homenagem do evento com o Prêmio Leon Cakoff, além da exibição do documentário PITANGA, de Beto Brant eCamila Pitanga, e de dois filmes protagonizados por ele (Barravento e A Grande Cidade).