Visite a Cinemateca: paraíso para os amantes da sétima arte

Quem vai à Cinemateca não imagina que o prédio que hoje abriga maior acervo de imagens em movimento da América Latina foi no passado um antigo matadouro. O conjunto arquitetônico foi tombado pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico de e Turístico do Estado de São Paulo. O lugar contém raridades e é frequentado por cinéfilos, estudantes e amantes da cultura.

Toda programação é gratuita

O acervo é composto por cerca de 250 mil rolos de filmes, entre longas, curtas, registros familiares e institucionais, guardados no local. São mais de 35 mil títulos que contam a história do cinema brasileiro. Um acervo de livros, revistas, roteiros originais, fotografias e cartazes complementam a Cinemateca, como também um Laboratório de Imagem e Som e um Departamento de Restauro e Recuperação de filmes deteriorados.

Programação

A programação da Cinemateca não se resume apenas em exibição de filmes raros. Há também espaço para exposições. Em cartaz até 21 de junho, a exposição O Espírito do Budô – A História das Artes Marciais no Japão conta a história das artes marciais japonesas, das técnicas de combate em campo (bujutsu) ao esporte popular voltado para a prática de atividade física para desenvolver o corpo e a mente (budô). A mostra está dividida em duas partes: a primeira é composta de armas históricas, como arcos, flechas, armaduras e elmos, destacando o desenvolvimento e as mudanças nas artes marciais do Japão do século VIII ao XIX. A segunda parte apresenta itens de treinamento, vestimentas e equipamentos de proteção para a prática do Kendô e enfatiza a reorganização do bujutsu para budô, ou seja, as transformações das artes marciais japonesas nos séculos XIX e XX. 

A dança da Ana (Simone Spaladore) no filme Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, (2001) a partir do livro de Raduan Nassar.

Mostra de filmes

Começou dia 10 de junho uma mostra de adaptações literárias: A Literatura no Cinema. A programação exibe produções de diversos períodos e nacionalidades, de clássicos da literatura – e do cinema – a obras contemporâneas. Entre os destaques estão Filme demência, uma das obras-primas de Carlos Reichenbach – versão livre do Fausto de Goethe encenado nas ruas de São Paulo, o raro Oswaldianas, longa em episódios dirigidos por Inácio Zatz, Lúcia Murat, Júlio Bressane, Ricardo Dias, Roberto Moreira e Rogério Sganzerla à partir do genial Oswald de Andrade.

Entre os filmes brasileiros estão a adaptação da obra-prima de Raduan Nassar, Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, Engraçadinha Depois dos Trinta, versão de J. B. Tanko para o romance Asfalto Selvagem de Nelson Rodrigues, Estorvo, radical filme de Ruy Guerra à partir primeiro romance de Chico Buarque e o clássico Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade adaptação livre dos Autos da Devassa e do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Em cartaz até 26 de junho.

A 5ª mostra Ecofalante de Cinema também tem vários filmes exibidos na Cinemateca. São filmes recentes de diversas partes do mundo abordando questões socioambientais, que traz mais de 100 filmes, com destaque para produções contemporâneas e inéditas no Brasil. São produções do Canadá, Alemanha, Turquia, EUA, China, França, Grécia, Itália, Israel, Índia, Reino Unido, Noruega, Bélgica, Luxemburgo, África do Sul, Quirguistão, dentre outros países. 

Confira a programação aqui: http://www.ecofalante.org.br/mostra/programacao/index

Festa junina

Até a Cinemateca rendeu-se aos festejos juninos. Dia 3 de julho acontece a festa das 14h às 22h. As atrações são brincadeiras, comidas típicas, música brasileira, touro mecânico e exibição de filmes caipiras na semana e exibição do filme São João, sobre a turnê de Gilberto Gil. 

História

A história da Cinemateca é marcada por vários incêndios que destruiu parte do acervo. Foram quatro incêndios na historia da instituição, sendo que o último foi em fevereiro deste ano. Os filmes feitos de nitrato de celulose, substância altamente inflamável foram destruídos, porém, já a maior parte dos filmes já possui cópia e nenhuma outra parte da instituição foi atingida.  

A Sala Cinemateca / Petrobras foi inaugurada em 5 de novembro de 1997, construída em um dos Galpões do antigo Matadouro, sede oficial da instituição, com capacidade para 108 espectadores. A Sala Cinemateca / BNDES, com 210 lugares e 4 espaços para cadeirantes, foi inaugurada oficialmente em 12 de novembro de 2007, ocupando parte do Galpão III do antigo Matadouro. O filme exibido foi Eles Não Usam Black-tie, de Leon Hirszman, cuja restauração foi coordenada tecnicamente pela Cinemateca Brasileira

A Cinemateca também empresta filmes para exibição no local ou externo, tem uma biblioteca aberta para consulta e cede imagens para pesquisas acadêmicas e futuras produções. Para saber as regras para consultas, empréstimo e cessão de imagens, consulte o site. 

Serviço

Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111
www.cinemateca.gov.br

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Parceria de conteúdo do São Paulo São com o blog Passeios Baratos SP. Texto: Patrícia Ribeiro.

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