Bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva é homenageado com escultura em São Paulo

Via Gazeta Esportiva.

O bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva está entre as cinco personalidades negras da cidade de São Paulo a ser eternizada em uma escultura. A obra foi inaugurada no último domingo e fica na altura do número 1.000 da Avenida Braz Leme, em Santana, na Zona Norte de São Paulo.

Adhemar, bicampeão olímpico no salto triplo, foi eternizado no último domingo em escultura na zona norte da capital. Foto: Federação Paulista de Atletismo.

A obra é uma das cinco esculturas contratadas pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, por meio do seu Departamento do Patrimônio Histórico, que homenageia personalidades negras, e faz parte de um projeto para trazer diversidade para o acervo cultural municipal.

Adhemar em Melbourne, 1956. Acervo FPA.

A escultura é uma criação de Alex Hornest, segundo informou a Prefeitura de São Paulo, e retrata Adhemar com os dois braços para cima, em uma releitura de uma das suas posições do salto.

Adhemar Ferreira da Silva iniciou sua carreira em 1947 competindo pelo São Paulo Futebol Clube. Bicampeão olímpico (Helsinque-1952 e Melbourne-1956), Adhemar superou cinco vezes o recorde mundial no salto triplo. Foi também pentacampeão sul-americano e tricampeão pan-americano (1951,1955 e 1959) e dez vezes campeão brasileiro, tendo mais de 40 títulos e troféus internacionais.

Fora das pistas, Adhemar Ferreira da Silva formou-se escultor pela Escola Técnica Federal de São Paulo em 1948, em Educação Física na Escola do Exército, em Direito na Universidade do Brasil e em Relações Públicas na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Poliglota, foi Adido Cultural na Embaixada Brasileira em Lagos, Nigéria, entre 1964 e 1967.

Em 1993 recebeu o título de Herói de Helsinque, junto com o corredor Emil Zatopek. No ano 2000 foi agraciado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) com o Mérito Olímpico e em 2012 imortalizado no Hall da Fama do atletismo.

Adhemar Ferreira da Silva é dono de duas medalhas de ouro olímpicas, além de cinco recordes mundiais no salto triplo. Foto: FPA.

Adhemar Ferreira da Silva é o único brasileiro no salão da World Athletics de quem recebeu também, a Placa de Patrimônio Mundial do Atletismo (World Athletics Heritage Plaque), colocada no Centro Esportivo Tietê, em São Paulo, no dia 29 de setembro de 2021, data do aniversário de Adhemar – completaria 94 anos. No local, Adhemar obteve o primeiro recorde mundial no salto triplo em 3 de dezembro de 1950, com 16m (igualando a marca do japonês Naoto Tajima, de 1933).

Filho de ferroviário e lavadeira, treinava apenas duas ou três vezes por semana, pois trabalhava e estudava duro. Foto: Acervo / Gazeta Press.

“Adhemar foi uma referência. Um grande atleta, bicampeão olímpico, fez cinco faculdades, falava nove idiomas, foi adido cultural, ator, era músico, um gentleman, elegante, um homem de uma versatilidade incrível. A importância dele é tão gigante que a maior honraria que um atleta brasileiro pode receber é o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, dado pelo Comitê Olímpico do Brasil às maiores personalidades do esporte nacional”, disse Wlamir Campos, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo.

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Edição: São Paulo São.

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