Só isso pode justificar o investimento de gerações, em desenvolver estratégias para nos proteger desse exercício magnânimo que é cada um se manifestar em todo o esplendor e inteireza do seu ser.
Amor não pode ser, porque o amor é antítese do medo.
Amor liberta, inspira, fortalece.
Amor é criativo. É suficientemente humilde para aceitar o outro, mesmo quando não o entende. Quem ama sabe que se não entende o outro a responsabilidade é sua, não do outro. É a si mesmo que faltam as lentes para enxergar a grandeza do outro. Não é justo obrigar alguém a encolher-se até à dimensão pequenina da nossa visão, para que o possamos ver.
O que são as nossas crenças limitantes senão esquemas para encolherem o nosso potencial de modo a podermos ser vistos e aceitos por quem nos rodeia?
Como uma bola de neve, de geração em geração, vamos-nos afastando mais e mais da nossa natureza mais profunda, acumulando camadas sobre camadas ao ponto de nos perdermos de nós mesmos.
Aprendemos a limitar-nos para sermos vistos e aprendemos a limitar os outros para os podermos ver à nossa medida.
Quando nos atrevemos a olhar para dentro, a escarafunchar essa carapaça dura que nos espreme, algo mágico pode acontecer. É que assim que essa essência toma contato conosco, ela própria vai quebrando a prisão onde foi enclausurada e se expande de tal forma que já não vai ser mais possível voltar ao espaço diminuto onde foi obrigada a viver.
A partir daí, começamos a enxergar com outros olhos.
Começamos a ver que as pessoas, e principalmente nós, somos muito maiores do que acreditávamos.
Não é fácil nascer de novo no meio do velho.
Gera-se movimento ao nosso redor. Há pessoas que se afastam com receio do nosso novo tamanho, da nossa nova forma, e há pessoas que se sentem atraídas pela luz que passamos a irradiar.
Como crianças, sentimos o desconforto do desconhecido, temos de aprender a andar, desta vez escolhendo nós mesmos o caminho, tomando consciência de mundo de possibilidades, sem julgamento, sendo gratos.
Ás vezes dói!
A maior parte das vezes dói.
Quebrar por dentro pode doer sim, e durante a construção da estrutura que dará suporte a essa nova natureza, também pode acontecer que tropecemos.
Este tropeço pode magoar, e ferir a confiança, principalmente quando ainda temos, ao nosso redor, vozes que nos gritam para voltarmos para o cantinho escuro e pequenino onde eles podem nos ver, entender e controlar. Simplesmente não nos querem perder de vista porque gostam de nós, mas ainda não entendem que nós não somos apenas o que o olhar deles alcança.
O medo de estarmos errados e ficarmos isolados é onosso pior inimigo.
Talvez por isso, temos um enorme pavor de assumirmos o nosso poder!
Mas esse peso que sentimos nas costas, que nos faz tantas vezes curvar sobre nós mesmos, pode muito bem ser as nossas asas paradas.
Vá…não queira ser menos do que é!
Não queira fazer menos do que pode!
Exerça o seu poder!
Manifeste-se por inteiro!!
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Eduarda Oliveira é criadora do International Happiness Forum e das Viagens com Propósito, mestranda em Turismo de Interior e uma eterna apaixonada pelo desenvolvimento pessoal e autoconhecimento. Escreve quinzenalmente para o São Paulo São.