Inclusão digital, ervas medicinais e cidadania transformam biblioteca do interior de São Paulo

Com o auxílio dos computadores e da internet, o projeto ganhou um componente a mais: a participação dos alunos do 6o e 7o ano da Escola Municipal Alice Couto Moraes, que vão até o posto fazer pesquisas sobre as espécies plantadas.

Divina Maria do Amaral é coordenadora da pastoral da saúde da cidade e responsável pelo projeto: “Eu quero ensinar tudo o que eu sei sobre medicina natural para os pais, mães e para as crianças. Foi por isso que fui atrás da prefeitura para saber se existia algum espaço em que eu pudesse desenvolver isso. Todos ajudaram e deu certo”, conta.

Dona Maria trabalha com ervas medicinais desde 1994 utilizando o conhecimento que ela já tinha desde que via a avó cuidar dos doentes da família com as plantas. “Aquilo sempre me chamou a atenção. Depois da implantação da pastoral da saúde, do estudo aprofundado dos livros e da manipulação dos remédios, eu decidi que levaria isso adiante”.

Segundo D. Maria, a procura na cidade pelo tratamento com ervas medicinais é muito grande. Principalmente pelo xarope. “Hoje mesmo duas pessoas foram lá em casa atrás do remédio”, diz.

Depois de quatro meses de implantação do projeto, a horta já tem 43 espécies desenvolvidas. Com a evolução do plantio, mais pessoas serão convidadas para ajudar no cuidado com o espaço. A participação das crianças inclui a identificação e utilidade de cada espécie. Para isso, os estudantes utilizam os computadores do posto que contribuem na busca pelo remédio e receitas.
 

A monitora Solange Ferreira, que trabalha há menos de seis meses no posto já desenvolveu dois projetos: “Horta Medicinal” e “RG uma necessidade”. A decisão veio após identificar a necessidade das pessoas que procuravam o posto para fazer o agendamento para a emissão do RG e também o número de pessoas que queriam usar o espaço, mas não tinham o documento.  A decisão veio no Encontro Regional de Jaboticabal quando assistiu a apresentação da monitora Lysa, que teve a mesma ideia alguns anos atrás. Logo depois, ela fez a parceria com o Poupatempo Araçatuba e com a prefeitura da cidade para conseguir o transporte. Levou pessoas até lá para tirarem os documentos.

Horta medicinal

Assim que Solange chegou no posto, o projeto de uma horta medicinal estava se desenvolvendo no local. Para completar a iniciativa, a monitora ofereceu os computadores do Acessa SP para que os alunos da escola fizessem toda a pesquisa por lá. A ideia entrou na rotina do projeto e uma vez por semana as crianças pesquisam sobre uma planta específica.

Solange é escriturária concursada desde 1998. Além de monitora, ela foi escolhida pela prefeitura para fazer parte da equipe de agentes de desenvolvimento local. O trabalho ainda está no começo, mas a ideia é que em breve ela ajude a tornar o Acessa SP um espaço de multi-serviços, ajudando na regularização dos MEIs (categoria Micro Empreendedor Individual) e oferecendo serviços do Banco do Povo. Tudo no mesmo espaço.

Otimismo

O fato de a cidade ter sinal de internet disponível para os cidadãos não é um motivo para que Solange desanime do seu trabalho: “Na verdade eu acho que o papel do Acessa é gratificante, porque tem muita gente vindo procurar aqui precisando de ajuda para coisas simples do dia a dia. Ainda tem muito espaço para o programa crescer em Aracanguá”.

Moacyr Sebastiao Batista, diretor de desenvolvimento econômico, meio ambiente e turismo, é o responsável institucional do Acessa SP. Foi ele quem escolheu a biblioteca local como o espaço onde o Acessa deveria funcionar. “Vi que a maioria dos postos que ficam no interior estavam em uma biblioteca. Como estava pensando em algum trabalho para desenvolver aqui e já tinha começado o projeto com a D. Maria, entendi que o Acessa SP seria ideal para complementar essa ação.

Mas o trabalho do posto não para por aí: “Vamos começar a trabalhar com as gestantes de Aracanguá também. Queremos que o Acessa SP seja um espaço onde as pessoas vejam como um local de pesquisa mesmo. Isso ajuda a dar um novo significado para uma biblioteca. Mesmo a cidade tendo muito sinal de wi-fi espalhado, vamos atrair um público que está mais afastado da tecnologia.” Para Moacyr, o mais importante é o monitor: “escolhemos a Solange porque sabemos que tem que ser uma pessoa que tenha interesse em ajudar. Ela já foi nas escolas, fez divulgação em carro de som, nas casas etc. Esse esforço todo acontece porque tem muita gente que acha que aqui é pago.”

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Fonte: Blog do Acessa SP.

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