‘Trabalhar com Internet causa muita ansiedade’

Bia Granja escolheu a faculdade de Turismo, mas naquela fase do curso que surgem as dúvidas existenciais, encontrou o fio da meada: um trabalho em uma incubadora de projetos de web que abriu sua visão para o mundo. Em paralelo, viu uma porta: o Google, onde descobriu que podia encontrar todo o conhecimento do mundo a um clique. Mesmo que seu trabalho fosse outro, teimava em falar sobre cultura digital no momento que o assunto era tratado como futurismo ou “coisa de nerd”.

A paixão pela internet resultou no nascimento de um dos mais importantes sites (e eventos) da área, em premiações e projetos que levam a sério cultura digital. Hoje seu nome está diretamente atrelado a todo esse movimento de web. A cocriadora do youPIX também é consultora, palestrante e mãe. Confira um papo sobre sua trajetória, seus projetos e sua atual relação com as redes sociais:

1. Como você começou no mercado?
Foi super por acaso. Entrei na Fotosite, uma plataforma de fotografia profissional para fazer a parte comercial e atendimento, mas sempre mandava para o editor mil artigos interessantes sobre fotografia digital do ponto de vista do consumer. Até que um dia ele se encheu o saco e me deu uma coluna na revista para que eu escrevesse sobre “essas modernidades que eu via por aí”. Iniciamos uma plataforma de conteúdos para fotógrafos não profissionais. Fui chamada para ser editora e, no processo de fazer o plano editorial, decidimos falar de cultura digital, cultura de internet e tudo o isso que veio depois.

2. Quais são suas atividades diárias de trabalho?
Atualmente eu estou dedicada ao youPIX, a consultorias (TRIP Editora e Bradesco), mas aberta a propostas e palestras.

3. Em suas experiências profissionais, qual aprendizado mais te marcou?
Foi a maneira como as várias coisas que fiz me mostraram o que eu sou e o que eu não sou.

4. Como você define sua relação com o trabalho?
A maioria das minhas experiências de trabalho foram empreendendo. Sempre durei pouco tempo em corporações e estruturas formais (pouco tempo é tipo um mês). Então trabalhar pra mim tem muito a ver com gestar e criar um filho. Eu não amo sempre o que eu faço, porque empreender tem seus perrengues. Mas se me perguntassem se eu faria o que eu faço gratuitamente, a resposta seria “sim”. No mais, trabalhar dá trabalho, né?

5. Atuando tão intensamente com isso, como é sua relação com as mídias sociais?
De amor e ódio! Atualmente, estou tentando transformar meu feed do Facebook em um canal de culinária. Só curto vídeos de páginas de receitas. E tem dado certo. Ter a internet como objeto de trabalho é algo que causa muita ansiedade, principalmente se você tem que cobrir tudo o que acontece nela, a cultura viral e os assuntos-textões do dia. Esse foi um dos motivos que me levaram a mudar o youPIX esse ano. Quero discutir as coisas e não mais apenas reportar. Tenho cada vez mais tentado focar minha energia em coisas produtivas, isso resultou em unfollows e blocks. As redes sociais podem virar uma grande dor de estômago.

6. Qual é a coisa mais legal da internet? E a pior?
A mais legal é que ela deu voz igual para todos e isso significou um boom de criatividade e expressão. A pior é a intolerância.

7. Cite sua plataforma favorita online. E a favorita offline.
A favorita online é o Medium. A favorita off: meu filho e meu marido (família é uma plataforma, né?).

8. Como é um dia de trabalho ideal e produtivo para você?
É aquele em que consigo trabalhar para mim, para o youPIX, para os meus clientes, para minha família e ainda almoçar!

9. E o melhor ambiente de trabalho?
Uma coisa que realmente é importante pra mim tem a ver com a parte mais “cenográfica”: preciso de horizonte e ambientes amplos.

10. Cite um livro e um filme que te ensinaram algo.
“Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo”, livro do David Foster Wallace, especificamente o texto “Isso é Água”, que me marcou pra caramba e sobre o qual eu penso diariamente. “Os Goonies” mostra que qualquer habilidade que você tem, por mais inútil que possa parecer, poderá te ajudar a sobreviver.

11. Cite três coisas que te inspiram.
Meu filho (porque ver uma pessoinha crescer e apreender é fascinante), assistir documentários sobre tubarões e, claro, viagens.

12. Uma dica para quem está começando.
Tenham senso crítico e pensem sempre sobre TUDO!

13. Quais são seus próximos objetivos?
Fazer com que o youPIX FWD que rola em setembro seja um puta evento legal, aproveitar o tempo com meu filho, consolidar o que venho fazendo e pensar pra frente.

Juliana Britto na Tutano Trampos.

 

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